ESCOVANDO O MARU
ACHO QUE NÃO GOSTOU DO CELULAR
DUO BACH
O BLOG DA AMANDA é um cantinho para postar coisas legais e também gifs, poesias e letras de música.
domingo, 18 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
Gifs
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domingo, 11 de abril de 2010
Cecília Meireles
Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
*************************************************************************
O Menino Azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
A Pombinha da Mata
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com fome",
disse o primeiro,
"e não tem nada para comer."
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.
"Eu acho que ela ficou presa",
disse o segundo,
"e não sabe como fugir."
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com saudade",
disse o terceiro,
"e com certeza vai morrer."
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
O Mosquito Escreve
O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
E ele está com muita fome.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Leilão de Jardim
Quem me compra um jardim
com flores?
borboletas de muitas
cores,
lavadeiras e pas-
sarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?
Quem me compra este ca-
racol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro
e a hera,
uma estátua da Pri-
mavera?
Quem me compra este for-
migueiro?
E este sapo, que é jar-
dineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Colar de Carolina
Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.
O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
O Cavalinho Branco
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
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O Menino Azul
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
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A Pombinha da Mata
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com fome",
disse o primeiro,
"e não tem nada para comer."
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha carpir.
"Eu acho que ela ficou presa",
disse o segundo,
"e não sabe como fugir."
Três meninos na mata ouviram
uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com saudade",
disse o terceiro,
"e com certeza vai morrer."
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O Mosquito Escreve
O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
E ele está com muita fome.
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Leilão de Jardim
Quem me compra um jardim
com flores?
borboletas de muitas
cores,
lavadeiras e pas-
sarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?
Quem me compra este ca-
racol?
Quem me compra um raio
de sol?
Um lagarto entre o muro
e a hera,
uma estátua da Pri-
mavera?
Quem me compra este for-
migueiro?
E este sapo, que é jar-
dineiro?
E a cigarra e a sua
canção?
E o grilinho dentro
do chão?
(Este é meu leilão!)
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Colar de Carolina
Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.
O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina.
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O Cavalinho Branco
À tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!
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